A vida... a vida é cheia de possibilidades: 1x02 - Kingsroad

Dessa vez as resenhas estão saindo mais atrasadas. Olha só, amanhã já é domingo NOVAMENTE! Sério, as semanas passam rápido demais, para nossa alegria e tristeza... porque vocês sabem, ao fim de Maio, estaremos há 3 episódios do fim dessa temporada.

E aí mais um ano para a segunda temporada e eu JURO para vocês que o fim dessa vai ser matador...

Bem, lembra que eu gostei muito de Winter is Coming? Então, Kingsroad foi melhor ainda. Aprofundamos várias linhas, conhecemos mais os personagens e vimos que a HBO não está de brincadeira quando o quesito é escolher atores. É impressionante como cada um dos atores conseguiu captar a essência dos personagens e só com um olhar transmitir milhares de informações. O mais fraco deles é o Drogo (e, sim, o ator que o interpreta é o que fará a nova adaptação do Conan), mas como ele não fala muito, não faz diferença.

O final de Winter is Coming foi altamente injusto: como é que Jaime faz uma coisa dessas? Foi um final para fazer a audiência aumentar (e funcionou) e desesperar as pessoas para comprarem os livros e lerem. Tanto que o box com os quatro livros da série ficou em mais vendido da Amazon a semana passada inteira... As coisas que se faz por amor.

Então, a questão que me perguntaram a semana passada inteira: O BRAN VIVE?

Essa resenha será como o livro, dividido pelos personagens “destaque”

CONTÉM SPOILERS DESSE EPISÓDIO!

Dany

Claro que ninguém vai entregar o ouro de primeira. Começamos o episódio com a pobre Dany, andando incansavelmente de cavalo. Ser Jorah se aproxima dela e lhe oferece água e comida, num diálogo que revela um pouco mais sobre esse enigmático cavalheiro. Ele se preocupa com Dany e quer que ela fique bem. Logo depois, o vemos conversar com Vyseris, O idiota, e sugerir que ele voltasse para a cidade de Pentos para ficar mais confortável.

Aí vemos um pouco mais da ambição de Vyseris: ele não largará do pé de Drogo até que ele e seu khalasar consigam o seu trono. E, ah, mesmo que nesse episódio essa seja a sua única aparição, ele ainda será muito mais idiota.

Ainda mais para frente, vemos o suplício que está sendo a vida da Dany. Com 16 anos (no livro ela tem 14), acostumada com o bom e o melhor, anda comendo o pão que o diabo amassou na mão do Drogo, que a possui em “dothraki fashion”. Diferente dessa passagem no episódio passado, essa é fiel ao livro. Lá, depois da primeira vez gentil, Drogo começa a ser violento e a possuir quando quer, como quer e tudo o mais. Se Dany fosse a Sansa, ficaria por isso mesmo. Mas NÃO. A nossa Khaleesi conversa com suas amas e descobre que uma delas era uma prostituta. O que ela faz?

“Me ensine a fazer o Khal feliz”.

E aí vem uma das citações que são só da série: “O amor vem pelos olhos”. Essa parte além do Narrow Sea foi muito bem desenvolvida e nós vemos aos poucos como Dany vai mudando. Ela ainda vai mudar mais, não se enganem.

Observação para todas as vezes que os ovos de dragão aparecem e a história da lua ser um ovo de dragão. Vocês duvidam que esses três são importantes?

Tyrion

Temos então a resolução dos nossos problemas com o Bran: em uma conversa simples entre os Lannisters, Tyrion nos revela que o garoto vai sobreviver, embora com sequelas. Jaime tenta insinuar que seria melhor matá-lo, porque entre ser um deformado e a morte, ele preferia a morte. E Tyrion responde com a sua mente afiada: “A morte é tão definitiva. E a vida... a vida é cheia de possibilidades”. Ainda nessa conversa, vemos mais da natureza da relação entre os Lannisters. Cersei odeia o anão. Jaime se diverte com ele e é mais relaxado com ele do que com qualquer outra pessoa. Os filhos mais novos da irmã o adoram, o filho mais velho, Joffrey, o despreza (e é desprezado). Sabemos também que Tyrion partirá em viagem para conhecer a Muralha e Jaime sugere que ele se torne um membro da Night Watch. O que Tyrion responde?
“As prostitutas iriam implodar de Dorne a Castely Rock! Não, eu só quero subir na muralha e mijar no fim do mundo”

O Tyrion é o Lannister mais legal, diz aí?
Tyrion segue para o norte e mais pela frente, ao lado de Jon Snow, tem uma conversa que não é nem amistosa nem hostil. Os dois começaram a interagir no episódio anterior, quando Tyrion diz para Snow que vista a condição de bastardo como uma armadura. Se ele não se ofender, ninguém tirará vantagem dele. Dessa vez, Jon pergunta para Tyrion por que ele lê tanto. A resposta? Se o irmão dele tem a espada, ele tem a mente. E uma mente precisa de livros para ficar afiada, assim como uma espada precisa de cuidado.
Nessa cena, descobrimos um pouco mais sobre a Night Watch: além de Jon Snow, dois estupradores estão sendo levados como recrutas. Tyrion diz que eles tem uma escolha, a castração ou a muralha. No episódio de amanhã, nós vamos saber muito mais sobre essa ordem que protege Westeros de “criaturas imaginárias”, nas palavras do nosso anão.

Jon Snow

Pobre Jon Snow. A única coisa que ele quer na vida é um pouco de paz. Ele está deixando a sua família - por mais que seja bastardo - e seus irmãos para entrar numa ordem que mora nos confins do mundo, numa muralha de gelo. Nós o encontramos pela primeira vez nesse episódio enquanto ele espera que o ferreiro forje uma espada e Jaime Lannister faz a pergunta que nós nos fazemos: Uma espada para a muralha?
Não, Jon responde. Mas também não dá satisfação porque para ele, aquele cara é problema. Eles trocam alfinetadas e Jon parte para as suas despedidas.

Ah, as suas despedidas. Foi a coisa mais fofa do mundo ele dando a espada (Needle) para Arya e mandando que ela tomasse cuidado. Dizendo que sentiria falta. Entendam, de todos os irmãos, Jon se identifica mais com Arya e vice e versa. Os dois são deslocados. Arya por sua natureza selvagem, Jon por ser bastardo. E é muito fofo ver que ele apóia que ela siga os seus anseios, que lhe dê uma espada e diga para treinar. É necessário, porque o inverno está vindo...
Depois, Bran. Ah, eles suavizaram demais essa cena. Percebo claramente que não querem endemonizar a Catelyn e sim retratá-la como uma mãe amorosa. Ela é uma mãe amorosa sim, mas ela odeia Jon Snow com todas as suas forças. Na série, Jon diz que gostaria de andar na muralha com Bran um dia e tudo o mais. Catelyn só manda olhares assassinos para ele.

No livro, Catelyn abre o seu coração. O menino está indo embora mesmo, qual é o problema? Diz que aquilo era culpa sua, por ter rezado que Bran não fosse para o sul com o pai. Depois, diz que era para ser Jon Snow no lugar de Bran.Ela diz isso, com todas as palavras: “Devia ser você no lugar dele”.
Depois de uma despedida rápida de Robb, todos partem juntos até a encruzilhada. Um caminho leva para o norte distante, na muralha, e o outro para o sul dos verões quentes, num caminho sem volta. Aqui nós temos uma cena que talvez seja uma das mais importantes desse episódio.

Jon pergunta a Ned sobre sua mãe e Ned diz que contará na próxima vez que se encontrarem.

Observem, crianças. Você NUNCA NUNCA faz esse tipo de coisa. Sabe, se você tem um segredo e precisa contar para alguém, não espere até a próxima vez. ELA PODE NÃO ACONTECER!

Mas tudo bem.

Catelyn

Catelyn se senta ao lado de Bran por um tempo indefinido. A cena em que o Meistre vem falar sobre a contabilidade do reino serve para mostrar isso, seguido de uma conversa de Robb sobre ela negligenciar os seus deveres de mãe para Rickon. Aliás, acho que quem não leu o livro se perguntou “Rickon? Quem diabos é ele?”
Pois é. Rickon é o filho mais novo dos Starks, o mais negligenciado. Como disse na parte do Jon ali em cima, Catelyn está mais suavizada. Como aumentaram a idade de todos os seus filhos, a coisa fica um pouco menos chocante. No livro, ela abandona uma criança de 3 anos ao léu para sentar ao lado de Bran, que é obviamente seu filho preferido, e não deixa nem o direwolf dele se aproximar. Robb tem 16 anos (contra os 18 da série) e é forçado a reger Winterfell enquanto ela fica na beira da cama de Bran, chorando por ele.
E é nessa linha que as coisas começam a perder a linha. Nós sabemos o que aconteceu com Bran, mas eles não. No início, acreditam ser um acidente. Mas depois que Bran é quase assassinado, eles começam a suspeitar. Quem quereria assassinar uma criança que provavelmente ficará aleijada? Provavelmente ele viu algo.

Aí entra em cena Catelyn, detetive do CSI: ela vai até a cena do crime e, Ó, acha um cabelo loiro. Sério. Só eu achei isso surreal? Aí ela reune as pessoas da sua confiança e diz que tem que avisar a Ned e partirá sozinha numa jornada para enviar a mensagem.Ah, Catelyn...

No livro, as coisas acontecem de forma menos surreal. Não vou contar porque eu acho que provavelmente vão seguir essa linha de investigação na série. Mas eu achei muito engraçado ela ir lá, achar um cabelo loiro e “Eu acho que Bran não caiu por acidente” e todo mundo ainda ficar CHOCADO.
Ah, apesar de eu não gostar da Catelyn, nós temos que dar o braço a torcer para ela. O norte a endurece com o tempo e a forma como ela luta contra o assassino de Bran é fantástica. É quase uma loba lutando pelo seu filhote...

Arya e Sansa

Essa é a cena principal do episódio. É a que motiva o nome dele, então vamos detalhadamente. Também é a que mostra mais coisas, tanto dos Lannisters quanto dos Starks.
Começamos com Sansa andando normalmente pelo acampamento do cortejo real e olhando com inveja garotas mais velhas que trançam o cabelo. Precisei ver duas vezes essa cena, porque da primeira vez eu só pensei “Qual é?”. Na segunda, percebi que provavelmente é uma alusão ao desejo dela se ser adulta logo. Lembram-se que Cersei lhe disse que assim que sangrasse poderia se casar? Então. Aquelas garotas sangram. Se Sansa fosse como elas, já teria o seu príncipe

Aí ela acaba esbarrando num cara MUITO esquisito e é abordada pelo Hound. Essa não é a primeira cena do Hound nesse episódio (ele aparece no início, ao lado de Joffrey) e não será a última aparição dele na série. Na verdade, eu gosto muito desse personagem e nos meus sonhos mais loucos, Sansa é obrigada a casar com ele e aprende que beleza não é tudo numa pessoa. Mas enfim.
Com o Hound, sempre vem Joffrey, O imbecil e Sansa logo entra no seu modo lesa e o segue numa caminhada gentil, regada a mais vinho do que Ned Stark aprovaria.
E aí eles encontram uma cena inusitada: Arya Stark brincando com o filho do açogueiro. Joffrey não poderia perder a chance de humilhar alguém, então vai lá e desafia o garoto. Olhe a injustiça: Joffrey é treinado e tem uma espada de verdade, o filho do açougueiro tem um bastão. Obviamente, Arya não pode deixar que isso aconteça e ataca o príncipe.
Uh-uh.

Percebam, Arya tem 10 anos. O príncipe, 15. Eles tem uma diferença de tamanho tremenda. Quando o príncipe parte para cima de Arya, Nymeria, a direwolf, o ataca e Arya consegue subjulgá-lo. Vemos então a verdadeira face do garoto: um covarde. E a primeira coisa que faz é correr para debaixo da saia da sua mãe maligna.

Arya sabe que aquilo não vai acabar bem, principalmente para Nymeria, e aí vem outra cena de cortar o coração: ela manda a direwolf ir embora. Na série não ficou tão horrível, mas no livro Arya tem que jogar VÁRIAS pedras porque Nymeria sempre volta para ela. Eu fico desesperada para saber se elas voltarão a se reencontrar, mas atualmente a única pessoa que sabe disso é o George R. R. Martin.

Ned descobre que acharam Arya e ela foi levada para o rei e aparece, furioso, demandando explicações e decisões de Robb. Essa é mais uma das cenas chaves. Temos o rei, temos a rainha, temos Sansa, temos Ned, temos Arya, temos Joffrey, todos mostrando o que são e a o que vieram.
O rei não quer problema nenhum. É negligente e faz o que a mulher quer, para não ouvi-la reclamando. Por ele, o problema seria resolvido cada um por si, mas a insistência de Cersei o faz tomar a decisão que toma sem sequer pensar duas vezes.
Cersei... nós já sabemos como ela é. Ela é capaz de implorar para o seu irmão jogar uma criança da janela e depois ir conversar com a mãe dela e dizer que torce para que ele continue vivo. Ela é capaz de sugerir que matem uma criatura que não fez nada só porque ela precisa ver um corpo para se sentir vingada. Ela é capaz de mandar o Hound atrás da cabeça do filho do açougueiro.

E Ned. Ned fica exasperado, mas cumpre as ordens porque é leal. Mais uma vez, o homem que passa a sentença deve brandir a espada, por mais que isso lhe corte o coração. É assim que são feitos os homens do norte, de coragem, nobreza e tristeza. E eu tenho certeza que na cabeça dele aquilo ali é como um sinal de que as coisas não vão funcionar. Aquilo foi um erro, por que ele trouxe suas filhas para sofrerem com ele?
Vou pular o Joffrey idiota e partir para Sansa e Arya. Arya expõe o seu ponto, Joffrey o dele e cada um tem uma versão diferente. Sansa é chamada para “desempatar” a disputa e o que ela faz?
Fica em cima do muro.
E minutos depois, Arya é a primeira a pular em defesa de Lady, a direwolf da irmã, quando ela precisa.
O negócio é, Sansa está tão emersa em seu sonho de virar princesa que vira as costas para a sua família. Ela é ingênua o suficiente para acreditar em Cersei, ingênua suficiente para não deduzir que a sua Lady iria acabar por sofrer. E Arya tem uma consciência muito maior. Duvido que Sansa berrasse em defesa de Arya ou de Nymeria como sua irmã berrou por ela.
E a Sansa fica cada vez pior.

Fiquem vendo.

Direwolfs

Aw, quem é que não quer um desses lobos gigantes fofos? Senti falta do Ghost (o do Jon Snow), mas todos os outros que importam apareceram. Começamos a ver que eles não são comuns e que o encontro com eles não foi um acaso. Nymeria ajuda Arya com a sua mala e a ajuda com Joffrey, o de Bran o salva da morte, os de Bran, Rickon e Robb avisam do incêndio...
E, sério, eles são fofos. Eles ainda vão crescer mais (eu espero), porque aquele tamanho ali ainda é de filhote. Lembra, eles são gigantes.

E no final... SURPRESA!

Quase todas as imagens foram retiradas de Fuck Yeah Game of thrones