domingo, 15 de maio de 2011

Resenha dupla-concisa: 1X03 - Lord Snow e 1x04 - Bastards, Cripples and Broken Things


Ah, semana passada eu não dei o ar da minha graça, mas prometi que o faria hoje com uma resenha dupla. Isso não quer dizer que essa resenha tenha duas vezes o tamanho normal (ou seja, OITO páginas no word, hahaha) e sim que vou falar dos dois episódios. Vai ser bem mais superficial, é claro, mas culpem minha prova de Introdução à Ciência Política.

Antes que eu entre na resenha propriamente dita, lembro que esse domingo passou o episódio 1x01 na HBO Brasil (e eu revi, hahaha) e com isso uma enxurrada de matérias sairam por aí, das mais absurdas às mais legais. Uma delas dizia “10 razões pelo qual Guerra dos Tronos é melhor do que Senhor dos Anéis”, o que é no nível de fazer uma “10 razões porque Harry Potter é melhor que Mundos de Crestomanci” ou “10 razões porque Vampire Diaries é melhor do que Buffy, a Caça Vampiros”. Não estou dizendo que um é melhor do que o outro, reparem, mas sim que a comparação é idiota.Apesar de serem do mesmo gênero, as histórias, o mundo, os personagens, as abordagens são completamente diferentes. E cabe ao LEITOR decidir qual é melhor do que o outor.

Aí caímos naquele velho assunto da comparação. Quando se trata de fantasia, parece que é inevitável que comparem os livros a Senhor dos Anéis, como se todos eles fossem iguais. É o mesmo que acontece com Harry Potter e Crepúsculo...

Como o Nathan de Misfits fala, "Gay, hetero, retardado... por que a gente tem que colocar rótulo em tudo?”. É o mesmo que acontece aqui.


Mas devaneio. Os dois episódios de Game of Thrones foram muito bons, mas dou um destaque maior para o quarto. O episódio 3 foi mais um “elo de ligação” entre o dois e o quatro e dos que foram ao ar até agora, foi o menos empolgante. Já o 4... oh, as coisas começam a acontecer de verdade. E a partir de hoje domingo, teremos só mais cinco episódios e a temporada chega ao fim :(

No corte, comentários com Spoiler.




Episódio 1x03

DEVO COMEÇAR COMENTANDO COMO ME INDIGNOU A FALTA DE DIREWOLFS (ou Canis Dirus, na legenda oficial da HBO) NO EPISÓDIO 3!
No livro, para onde o Jon Snow vai, o Ghost vai atrás, como bom cão de guarda albino que ele é. O mesmo se aplica a Robb, Bran e Rickon. As meninas não, porque a Lady morreu e a Nymeria foi espantada, mas mesmo assim... Um episódio sem eles não dá. Nunca mais façam isso, HBO!

Na programação normal, como os dois anteriores, esse episódio tem um nome indicando um “evento central” que só se desenrola no fim. Começamos com Ned chegando em King's Landing e se acomodando, sendo imediatamente convocado para uma reunião do conselho. Lá ele descobre o que a gente já sabia, sério: o Rei Robbert não se importa com o reino, eles estão individados para cacete com todos, principalmente com o Lorde Lannister (tsc, tsc) e que o Rei quer fazer um festival para comemorar a ascenção de Ned como a Mão. Ned é completamente contra, mas como Jaime diz mais tarde: “O rei caga e a Mão limpa”.
Entendam, Ned é um cara certinho, daqueles para qual a honra e a amizade está acima de tudo.
Temos uma sucessão de cenas novas que são muito explicativas para quem não leu os livros e que humanizam os Lannisters. Cersei e Joffrey conversando é impagável, principalmente porque ela o ensina os preceitos básicos de se governar quando ele age com intempestividade. Aliás, o Joffrey é completamente idiota e não puxou aos pais dele, na real.

E Jaime... o que dizer dele? Na série ele está ganhando uma profundidade que não exibe no primeiro livro, mostrando várias facetas. Tanto no episódio 3 quanto no 4, vemos que ele não é um “covardão” que se esconde atrás dos outros. Ele luta, ele é bravo, destemido e ele tem sentimentos. Sim, ele chega ao ponto de lançar uma criança de uma torre, mas isso não quer dizer que não se sinta profundamente ofendido com a forma que o seu Rei humilha a sua irmã. Sim, ele matou o 'Mad King', mas aparentemente ele se reafirma todos os dias dizendo que o rei era louco e não pararia até queimar todo o reino. Sim, ele não pode fazer nada quando o pai e o irmão de Ned foram queimados na frente, mas também nenhuma das outras 500 pessoas fez nada.
A cena que tem mais para a frente deles comparando as suas primeiras mortes como se fossem a perda da virgindade foi hilária e mais uma para mostrar o antagonismo do Rei com os Lannisters em geral, mais especificamente com Jaime.

Arya começou a treinar para ser uma dançarina da água! IEI! Rende uma boa citação de “Garoto, garota, não importa. Você é uma espada” e é tocante ver como o relacionamento dela e de Ned é tão próximo e amorosos. Já Sansa repudia o pai justamente por causa disso e, por serem muito diferentes, Ned não consegue se aproximar dela. A cena com a boneca é de cortar o coração, sério, e Sansa sequer se esforça para ser um ombro para o seu pai que está tão cansado.
Aliás, a Arya que é mais nova demonstra uma visão tão mais realista do que a Sansa que chega assusta, de verdade. “O Hound faz o que o Príncipe quer”, ela alega quando Sansa diz que foi o Hound que matou o filho do açougueiro.

Vemos Bran, que está completamente deprimido porque não pode andar e diz que preferia estar morto. Inacreditavelmente, ele não consegue se lembrar do que viu. Será que algum dia ele vai se lembrar? Será que vai importar? Vai fazer alguma diferença?

Ainda nos Starks, Catelyn chega a King's Landing e é levada por Mindinho para um bordel. Ah, como é engraçado ver a Lady Stark revoltada com isso, o Ned indignado com o Mindinho e a dinâmica entre os dois! É muito fofo ver que apesar do casamento entre os dois não ter sido sequer o que era para ser (Catelyn estava prometida para Brandon, o irmão mais velho de Ned que foi morto pelo Aerys), eles se amam. E lá eles descobrem que a faca que usaram para tentar matar Bran é de TYRION LANNISTER!!!!!
OH MI GODS.


Na Muralha, Jon começa a treinar se achando melhor do que os outros. Afinal, eles são ladrões, estupradores e toda a ralé da humanidade, é tão óbvio que ele é melhor do que eles e- OPA, PERAÍ.
Acho muito legal como é necessário que o Tyrion o ensine sobre como ele não pode assumir essas coisas sem saber da vida dos outros. Todos estão ali pelo mesmo motivo e eles serão os irmãos de Jon no futuro, por que julgá-los assim? E então Jon passa de “filho-da-puta-fodão” para “filho-da-puta-legal”, ajudando e ensinando os outros com o que sabe e ficando amigo dos garotos.

E a Dany aparece só en-passant, se acostumando cada vez mais com o poder de Khaleesi, para o desespero de Vyseris... e como eu adoro ver o Vyseris putinho e sendo colocado no lugar dele, hahaha!

No geral, como já disse, esse foi um episódio de ligação, com algumas informações fundamentais para o futuro. A única parte que avançou muito foi a de King's Landing e a da Muralha, sendo as outras histórias colocadas meio que em stand-by.

Episódio 1x04

E aí chegamos no episódio 4! Diferentemente dos outros três, o nome desse daqui aparece bem no início.
Começamos com Bran... andando? Mas no episódio passado não haviam dito que ele era aleijado? Por que ele consegue andar? E aí surge um corvo... com três olhos. O que diabos é isso? Um sonho, é óbvio. Outra das informações que são dadas, mas guardadas para depois, então não vou elaborar muito.

Tyrion saiu da muralha e vai para Winterfell, sendo recebido de forma fria por Robb, que está com Grey Wind aos seus pés. Bran vai, contra a sua vontade, recebê-lo e Summer está lá, deitado na cama dele! Finalmente, Direwolfs! Vemos também que Bran é carregado para cima e para baixo por Hodor, um cara gigante de bom coração que só sabe falar Hodor!.
Para piorar a situação de nós, espectadores, que descobrimos no episódio passado que provavelmente Tyrion tentou assassinar Bran, Tyrion oferece um projeto de uma cela para que Bran possa cavalgar mesmo aleijado. Esse cara é bom ou mal? Afinal, ele é um Lannister. Sabemos que eles não prestam. Mas... também, Cersei não é boa para Sansa? Jaime não parece ter culpa pelo que faz? E Tyrion vive dizendo que ele é como “um bastardo” aos olhos do pai então...
Robb faz a mesma pergunta: “Por que você faz isso?”
E a resposta?
“Porque eu tenho uma queda por bastardos, aleijados e coisas quebradas”. Pontos para você, Tyrion.

Aliás, essa é a natureza de todos personagens. Nenhum deles é inteiramente mal, nenhum é inteiramente bom. Eles erram, eles fazem tudo pelos seus objetivos... Eles são “vivos”. A linha máxima de “bondade” que você pode delimitar é a coerência. Eles seguem seus padrões morais? Se sim, você já está no lucro.

Esse episódio tem um monte de cenas em que um diálogo revela muito sobre os acontecimentos pré-Game of Thrones. Alguns deles, inclusive, que só são revelados nos livros subsequentes e foram novidade para mim porque eu só li o primeiro até agora. A história com os Greyjon e sua rebelião é completamente nova para mim, porque no primeiro livro o Theon é só um cara aleatório que ajuda eles. Se não houvesse a relação das famílias no final, nunca saberia que ele é nobre também.

Enfim, assim como o Tyrion lá em cima, Vyseris que até então era um IMBECIL se revela inacreditavelmente fofo. Bem, até que ele volta a ser escroto. Eu já disse, eu ODEIO o Vyseris, mas a carinha que ele faz quando a Dany mostra quem manda é muito fofa e dá vontade de levar ele para casa e dizer “Venha cá, colega, você merece pelo menos um abraço”. E a Dany! Oh, como ela começa a mudar... percebam, fica cada vez melhor.


Em King's Landing, o mistério começa a se resolver: Ned, investigador do CSI, pergunta para o meistre sobre a morte de Jon Arryn e descobre que ele estava lendo um livro que tem a descrição física de cada filho de cada família... e aí retraça os passos do falecido até chegar num aprendiz de ferreiro que é...

que é...
O CHRIS DE SKINS!!!111!!

Não, ok, ele é inacreditavelmente bonito, com o cabelo escuro e os olhos azuis igual ao Rei Robert quando novo. E Ned faz a ligação inevitável: ele é um dos bastardos do Rei.
Agora só falta um elo para solucionar o mistério (e que nós já sabemos, mas tudo bem) e Cersei sabe disso pelos seus espiões (aliás, ótima cena do Little Finger mostrando quais funcionários do Ned são espiões de outras pessoas) e vai ameaçá-lo...

Aliás, a cena do Ned conversando com a Arya é muiiito fofa e diz muito sobre os dois personagens. Arya o pergunta sobre se tornar um Lorde, e ele a responde que como ela é mulher, ela vai ser mãe e esposa de Lordes, mas não um deles. E aí ela se levanta e diz "Essa é Sansa. Essa não sou eu". ISSO, ARYA! Você ainda vai mudar o mundo, sua linda.

Enfim, depois, na muralha, temos uma das partes que eu mais gosto. Jon Snow conquistou os seus amiguinhos no episódio anterior e nesse, um garoto gordo e covarde chamado Sam aparece e Jon o protege pelo mesmo princípio: ali, todos são iguais. A cena deles conversando sobre garotas e a revelação do Jon sobre não querer ter um bastardo foram muito engraçadas/fofas e o treinador deles mandando a real sobre como a vida é no inverno foi um tapa na cara deles e nosso. Canibalismo? Really?
E o Ghost apareceu, nem que seja por um segundo, então todos felizes.

O final desse episódio é de importância fundamental. É ele que faz com que as coisas desandem. Catelyn, em toda a sua magnânime inteligência e prepotência, clama a todos na taverna que prendam Tyrion e a ajudem a levá-lo como cativo para Winterfell pela tentativa de assassinato de Bran.

Catelyn, eu vou dizer uma vez e só uma vez: a Cersei agradece pela sua ação impensada.


E assim, com Tyrion como alvo de várias espadas, terminamos o episódio quatro na esperança de que o cinco nos trará ainda mais resoluções (e mais problemas)!
Lembrando que a temporada só terá 10 episódios, então hoje vai ao ar a metade dela! Na HBO, teremos o segundo episódio para quem quiser rever.

1 comentários:

Lady Bee disse...

AMÉM IRMÃOS! Gods be good! XD Resenha fodona como sempre.

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